Não é fácil se relacionar, é o que mais escuto das pessoas que me procuram insatisfeitas ou na procura de um relacionamento estável e sadio com parceiros. Precisamos renovar nossos votos no amor para atrair o amor saudável, que significa, temos que produzir crenças mais saudáveis sobre amar e ser amado, sobre nossas capacidades e as capacidades dos outros em se relacionar.
Se mantermos as queixas e as reclamações sobre nossas relações, elas não terão terreno fértil para sua expansão.
A psicologia sempre disse que depois que passa a fase da paixão, caem as “lentes coloridas” do amor, e passamos então, a ver o outro como ele realmente é, falho, insuficiente e incompleto. E o outro também passa a nos ver assim… “caímos na real”.
A minha pergunta é: Precisa ser assim? Não poderia existir uma outra maneira, em que pudéssemos manter por mais tempo as fases iniciais dos relacionamentos e aquela química fantástica da atração, do envolvimento intenso, somado ao vínculo que criamos com o tempo e que cria a serenidade e confiança?
Hoje apesar de eu ser psicóloga, me tornei uma estudiosa do funcionamento do cérebro e utilizo técnicas de controle mental para acionar regiões cerebrais e ativar a química do bem-estar e com isso aprender a prolongar o efeito das “lentes coloridas” nos nossos relacionamentos e inverter a famosa crença que acaba tornando-se em vivência, de que não é fácil se relacionar.
Nosso cérebro, que é o responsável pela nossa química interna, que depois produz nosso repertório de emoções, é alimentado por um componente: nosso pensamento.
Então, começa a ser evidente que felicidade é treinamento mental. É aprender a manter os nossos pensamentos em níveis elevados, para que eles afetem o nosso cérebro, de forma à criar química e emoções produtivas, ou seja, que produzam nosso bem-estar e nossa felicidade.
Nos relacionamentos temos idéias e pensamentos que acabam por produzir muitos conflitos. Muitas pessoas pensam que estão amando, mas na verdade o que sentem é muito medo. Medo de serem abandonadas, medo de não serem aceitas, medo de serem rejeitadas, medo de estarem fazendo errado, medo de não serem boas o bastante… tudo isso levando a criação de barreiras, e o amor é vivido de forma muito pesada, o que leva a pensar que não é fácil se relacionar. Atrair o amor é manter-se o máximo de tempo focado no amor e não no medo das dificuldades.
O amor é a maior força de atração e aprender a vivê-lo sem medo, e sim, com plenitude é a solução para termos relações realmente sadias e satisfatórias.
Precisamos desenvolver quatro níveis do amor:
1) Amor próprio – criar uma forte relação consigo mesmo, a ponto de se perceber completo e não um ser necessitado do outro. Quanto mais amor você tem por si mesmo, quanto mais você se sente pleno, mais o outro lhe percebe assim. Lembre-se: todos os seus relacionamentos nada mais são do que um espelho de como você se sente em relação a si mesmo. Você não pode encontrar fora o que não tem dentro;
2) Amor ferido – carregamos muitas ideias distorcidas sobre o amor e sobre se relacionar, precisamos eliminá-las, porque elas criam uma realidade interna (nossa produção química e emoções) e uma realidade externa (atrações de pessoas para nossa vida) muito duras e difíceis de administrar, gerando experiências de frustrações e dificuldades nos relacionamentos;
3) Amor retribuído – o amor bom é o amor com retorno. Amar e ser amado é o amor que faz você prosperar e não retroceder. Amor bandido não é amor, e sim, qualquer coisa que adoeceu em nós e nos tornou refém de um jogo de controle insuportável e limitador da felicidade.
4) Amor mantido – manter a atração e o entusiasmo, somado a intimidade. Aprender a conservar as lentes da paixão. Continuar vendo e apreciando o seu amado por tudo que ele é e por tudo que ele não é. Manter-se ligado aos aspectos positivos e aprender a não potencializar os aspectos negativos, é muito mais sábio do que qualquer discussão de relação.
O amor que você deseja e merece está ao seu alcance. Você precisa dar sua permissão para que as portas do amor verdadeiro se abram. Você precisa preparar-se internamente para recebê-lo e abrir mão de queixas, reclamações e julgamentos negativos sobre amar e se relacionar.
Você precisa mover-se do “caia na real” para o “crie a real”.
Rosalia Schwark
Psicóloga Especialista em Neurociência
Criadora do Método Movimento Perfeito